Como o ajuste no limite da isenção do IR pode afetar seu bolso?
Entenda como a atualização da faixa de isenção do Imposto de Renda impacta diferentes faixas salariais e o que muda na sua declaração.

Nos últimos anos, muito se discutiu sobre a defasagem da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), que permaneceu congelada por longos períodos, mesmo com o aumento da inflação e do salário mínimo. Recentemente, o governo federal anunciou um novo ajuste no limite de isenção, medida que afeta diretamente o orçamento de milhões de brasileiros. Mas, afinal, como essa mudança pode impactar o seu bolso?
Neste artigo, explicamos o que é o limite de isenção do IR, o que mudou com o novo reajuste, quem se beneficia diretamente e quais são os possíveis efeitos colaterais dessa medida no seu dia a dia.
O que é o limite de isenção do Imposto de Renda?
O limite de isenção do IR representa o valor máximo de rendimento mensal ou anual que uma pessoa física pode ter sem precisar pagar imposto de renda. Quando o contribuinte recebe um valor inferior a esse limite, ele é considerado isento do pagamento, embora ainda possa ser obrigado a declarar, dependendo de outras condições (como rendimentos isentos, bens, atividade rural, entre outros).
Durante muitos anos, a faixa de isenção permaneceu congelada em R$ 1.903,98 mensais, o que provocou a chamada “defasagem da tabela”, ou seja, cada vez mais brasileiros com rendimentos relativamente baixos passaram a ser tributados por conta da inflação e do aumento do salário mínimo.
O que mudou com o novo ajuste no limite?
A partir do novo reajuste, em vigor desde maio de 2023, a faixa de isenção passou a contemplar quem recebe até R$ 2.112 por mês, o equivalente a dois salários mínimos na época do anúncio. Além disso, o governo implementou um desconto automático de R$ 528 diretamente na fonte, o que, na prática, isenta da tributação todos os trabalhadores com rendimento mensal de até R$ 2.640.
Esse ajuste foi parte de uma política gradual prometida pelo governo federal para elevar, ao longo do tempo, a isenção até o patamar de R$ 5.000 mensais, ainda sem data confirmada para ser implementado integralmente.
Como isso afeta diretamente o seu bolso?
O reajuste no limite de isenção tem impactos distintos dependendo da sua faixa de renda. Veja abaixo como isso pode afetar diferentes perfis de contribuinte:
Trabalhadores de baixa renda (até R$ 2.640/mês)
Esses trabalhadores passam a ficar totalmente isentos de IR na fonte e, em muitos casos, não precisarão mais declarar o imposto. Isso representa um alívio direto no orçamento, pois a parcela que antes era retida mensalmente volta a ser integralmente recebida.
Trabalhadores de renda intermediária (entre R$ 2.640 e R$ 5.000)
Para esse grupo, ainda há retenção na fonte, mas a tributação será menor graças à ampliação da faixa isenta e ao desconto automático. Mesmo que o impacto não seja tão expressivo quanto na faixa de isenção, o contribuinte verá um pequeno aumento no valor líquido recebido mensalmente.
Trabalhadores com rendas mais altas (acima de R$ 5.000)
Nessa faixa, o impacto é praticamente nulo em termos de alívio fiscal. No entanto, a pressão para corrigir as demais faixas da tabela aumenta, o que pode levar a futuros ajustes benéficos.
Efeitos indiretos do reajuste
Além do impacto direto na renda líquida dos trabalhadores, o ajuste da faixa de isenção do IR pode gerar efeitos colaterais relevantes:
- Maior consumo: trabalhadores com menor renda disponível tendem a gastar mais quando recebem alívio tributário, o que pode impulsionar o comércio e os serviços locais.
- Redução na arrecadação: com mais pessoas isentas, o governo arrecada menos com IRPF, o que pode exigir compensações em outras áreas, como aumento de outros tributos ou contenção de gastos.
- Simplificação na declaração: mais brasileiros podem deixar de declarar o imposto, o que reduz a burocracia tanto para o contribuinte quanto para a Receita Federal.
Tabela atualizada do IRPF (pós-ajuste)
Faixa de Renda Mensal (R$) | Alíquota (%) | Parcela a Deduzir (R$) |
---|---|---|
Até R$ 2.112,00 | Isento | 0,00 |
De R$ 2.112,01 a R$ 2.826,65 | 7,5% | 158,40 |
De R$ 2.826,66 a R$ 3.751,05 | 15% | 370,40 |
De R$ 3.751,06 a R$ 4.664,68 | 22,5% | 651,73 |
Acima de R$ 4.664,68 | 27,5% | 884,96 |
Importante: trabalhadores com até R$ 2.640 podem continuar isentos, considerando o desconto simplificado de R$ 528.
O que fazer com o valor economizado?
Se você passou a receber um valor líquido maior após o reajuste da faixa de isenção, vale a pena pensar em boas práticas de gestão financeira para aproveitar essa folga no orçamento:
- Quitar dívidas com juros altos;
- Construir uma reserva de emergência;
- Investir em produtos de renda fixa ou variável, de acordo com seu perfil;
- Planejar estudos ou capacitação profissional.
O ajuste no limite da isenção do Imposto de Renda representa um passo importante para corrigir distorções históricas na tributação do trabalhador brasileiro. Embora ainda insuficiente para resolver a defasagem completa da tabela, a medida traz alívio para milhões de pessoas, principalmente de baixa renda, e pode estimular positivamente a economia.
Fique atento aos próximos ajustes e sempre revise sua situação fiscal com atenção — o planejamento tributário também é uma forma de cuidar do seu bolso.
Você já verificou se está dentro da nova faixa de isenção? Um bom planejamento começa pelo entendimento da sua situação atual.
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