Receita de intermediação financeira - o que é, significado e definição
Descubra o que é receita de intermediação financeira, como funciona, suas fontes principais e por que ela é vital para os bancos.

A receita de intermediação financeira é um dos principais componentes da contabilidade de instituições financeiras, especialmente bancos. Ela representa os ganhos obtidos com atividades de intermediação entre quem tem recursos financeiros e quem precisa deles — ou seja, entre investidores e tomadores de crédito.
O que é receita de intermediação financeira?
A receita de intermediação financeira é a remuneração que as instituições financeiras recebem por emprestar dinheiro, captar recursos, realizar operações de crédito, aplicar em títulos ou negociar instrumentos financeiros.
Em outras palavras, é o lucro bruto gerado com as operações típicas de intermediação: captar dinheiro mais barato (como em depósitos de clientes) e emprestar com juros maiores (em financiamentos, empréstimos e aplicações).
Principais fontes de receita de intermediação financeira
- Juros sobre empréstimos e financiamentos
O banco lucra ao emprestar dinheiro com juros. Esses juros pagos pelos clientes são uma das maiores fontes da receita de intermediação. - Rendimentos de aplicações financeiras
Incluem receitas obtidas em investimentos de renda fixa, como títulos públicos e privados. - Operações com derivativos
Ganhos com contratos futuros, swaps, opções e outros instrumentos financeiros derivativos. - Operações de câmbio
Quando o banco lucra na conversão de moedas estrangeiras, especialmente em operações de importação/exportação. - Descontos de duplicatas e outras operações de crédito
Bancos compram recebíveis com deságio e ganham a diferença.
Como é calculada a receita de intermediação financeira?
A receita bruta é composta pela soma de todos os rendimentos provenientes das operações mencionadas acima. No entanto, na demonstração de resultados dos bancos, a receita líquida de intermediação financeira é calculada assim:
Receita de intermediação financeira – Despesas de intermediação financeira = Resultado da intermediação financeira
As despesas incluem os juros pagos em captações, como CDBs, poupança, LCI/LCA, entre outros.
Exemplo prático
Imagine que um banco captou R$ 10 milhões em depósitos com taxa média de 7% ao ano e emprestou esse mesmo valor com taxa de 15% ao ano. A diferença entre essas taxas compõe a receita de intermediação.
- Receita com empréstimos: R$ 1,5 milhão
- Despesa com captação: R$ 700 mil
- Resultado da intermediação: R$ 800 mil
Qual a importância da receita de intermediação?
Ela é fundamental para a sustentabilidade dos bancos. Ao medir essa receita, é possível avaliar:
- A eficiência na gestão de recursos;
- A rentabilidade das operações bancárias;
- A exposição ao risco de crédito e de mercado;
- A capacidade de gerar lucro em diferentes contextos econômicos.
Além disso, é um indicador importante para analistas financeiros, investidores e órgãos reguladores.
Diferença entre receita de intermediação e outras receitas bancárias
Tipo de Receita | Origem | Exemplo |
---|---|---|
Intermediação financeira | Juros, rendimentos e operações financeiras | Empréstimos, títulos públicos |
Prestação de serviços | Taxas cobradas por serviços | Tarifas bancárias, anuidade de cartões |
Outras receitas operacionais | Atividades não principais | Venda de bens, recuperação de créditos |
Regulação e padronização contábil
No Brasil, a contabilização da receita de intermediação financeira segue as normas do COSIF (Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional), regulado pelo Banco Central. Em instituições que adotam as normas internacionais (IFRS), essa receita está associada às receitas financeiras reconhecidas pelo regime de competência.
A receita de intermediação financeira é a espinha dorsal das atividades bancárias. Ao entender seu funcionamento, é possível compreender como os bancos lucram, como são impactados por mudanças nas taxas de juros e como a saúde financeira dessas instituições é avaliada. Para investidores, profissionais da contabilidade e gestores financeiros, dominar esse conceito é essencial para uma análise precisa do desempenho das instituições do setor financeiro.
Perguntas frequentes
É a renda obtida por instituições financeiras ao intermediar recursos entre poupadores e tomadores de crédito, como em empréstimos e aplicações.
Empréstimos, financiamentos, aplicações financeiras, operações com derivativos, câmbio e descontos de títulos.
A de intermediação vem de juros e operações financeiras; a de serviços vem de tarifas cobradas por serviços bancários (ex: TED, cartão).
Não. É apenas uma parte da receita bruta. O lucro depende de outras receitas, despesas operacionais, impostos e provisões.
Taxas mais altas aumentam os juros cobrados, elevando a receita; porém, também encarecem a captação, podendo reduzir a margem.
No Brasil, segue o COSIF (plano contábil bancário); em nível internacional, segue o IFRS e é registrada no regime de competência.
Sim, se os custos de captação forem maiores que os rendimentos, gerando prejuízo na intermediação.
Não. Outras instituições financeiras, como cooperativas de crédito e financeiras, também possuem receita de intermediação.
Sim, entra na base de cálculo para tributos como CSLL, IRPJ e contribuições sociais sobre o lucro da instituição.
É um indicador fundamental para analisar a performance financeira de bancos, sua lucratividade e eficiência na intermediação.